Em sua coluna no jornal O Globo, de 02 de abril, o pediatra Daniel Becker discutiu como os pais/mães podem diminuir a exposição dos filhos aos riscos das telas. Ele destacou dois pontos fundamentais: a seleção de conteúdo, ou seja, a importância de orientar os filhos a fazerem escolhas mais conscientes e críticas sobre o que veem e fazem no ambiente digital, e a reflexão sobre o lixo que circula nesse meio. Veja:
“É hora dos pais exercerem função de curador de conteúdo. Ajudar a criança a desenvolver pensamento critico, a analisar o conteúdo comum, e a escolher melhor. Uma questão Inicial: pense bem sobre o momento de dar um celular para seu filho. A idade mais apropriada é em torno de 11 ou 12 anos. Um aparelho antigo dá conta de mensagens e ligações. Para redes sociais, como Instagram e Tiktok, o ideal é respeitar o limite dos aplicativos: 13 anos. Quanto mais cedo, mais imaturo o cérebro e maior as chances de dano e vicio.
Limitar o tempo de uso é essencial. Mas importa também, e muito, a qualidade do consumo online da criança, e o tipo de atividade.
Quem está educando nossos filhos? Se eles passam 4 horas na escola, uma hora em Interação conosco e 6 horas na tela, a resposta fica clara. São: youtubers, publicitários, blogueiros, criadores de vídeos e os amigos. E as mensagens e valores contidos nessas interações pode ser muito ruins.
Precisamos exercer a função de curador de conteúdo. Ajudar a criança a desenvolver pensamento critico, a analisar o conteúdo comum, e a escolher melhor. Mostre sites de museus interativos, canais educativos, de histórias, curiosidades e enigmas, experiências cientificas, tutoriais de arte, filmes clássicos. Assista com ela, converse sobre o que viram. A internet tem muitas maravilhas.
Baseado em estudos, sugiro um ranking de atividades de entretenimento, do melhor para o pior: canais e sites educativos; filmes e desenhos adequados à idade; Jogos on-line (apropriados e não violentos); videos de YouTubers infanto-juvenis (muita publicidade); e redes sociais. Essas são as mais perigosas: viciam, causam dano emocional, expõem a inúmeros riscos.
Ensinar sobre cidadania digital é essencial: privacidade, segurança, cuidado com dados e imagens, respeito ao próximo, intimidação, cyberbullying e interações suspeitas devem ser discutidos com as crianças
Os aplicativos de controle familiar ajudam muito no gerenciamento da vida digital das crianças. Permitem que você acompanhe o conteúdo, os sites visitados e aplique os limites e horários combinados com a participação dos filhos”.
Veja a fala completa de Becker em O Globo