Há entre nós uma forte tendência ao aconselhamento positivo. Falamos de pensamento positivo, de energias que nos movem para o caminho da realização, de como podemos atrair o que queremos para nossas vidas.

Nada disso é condenável. Não, de forma nenhuma. Diante de tanto cansaço, de tantos dramas e de tantos desencantos, é vital que tenhamos algo em que nos apegar para seguir em frente.

Mas a realidade é que muito disso fica apenas na teoria. A maioria dos planos e pensamentos acaba sendo apenas isso. Quantas vontades não ficaram pelo meio do caminho porque algum obstáculo surgiu e não soubemos contorná-lo? Quantos desejos não acabaram por serem amputados porque nossa coragem não era tão resistente assim?
Eis, afinal, o ponto: planos e vontades sempre existem. O que nos falta, muitas vezes, é coragem para dar forma e continuidade a eles.

Muitas pessoas têm vivido oprimidas por situações desagradáveis. Estão presas a situação desgastantes e insatisfatórias. Vivem submissas a encargos que sugam suas forças; têm o coração cheio de vontade de fazer diferente, mas falta dar o “pontapé inicial “e procurar uma nova oportunidade, que traga mais satisfação.

Situação comum a quem se estabeleceu em um emprego que se tornou uma prisão ou a quem tem medo de aprender algo novo, coisas como fazer um curso ou aprender a dirigir, por exemplo. E o que dizer daqueles que estão em relacionamentos que já não fazem sentido há tempo, mortos por dentro, mas acomodados pelo passar do tempo? Não haveriam de querer encarar dificuldades, tentarem a felicidade que já não encontram mais aonde estão?

A maioria das pessoas apenas lastima-se. Reclama, maldiz sua sorte, diz que tudo o que faz dá errado. Cegos pela repetição do dia a dia sofrido, já não enxergam mais como sair desse ciclo infeliz a que se submeteram. Estão desejosos de sair da gaiola, mas não sabem como voar.

É preciso que se diga que medo de “bater as asas” todo mundo tem. Todo mundo! Receio de dar errado, de ter que voltar atrás e com a cabeça baixa, de sofrer um tanto a mais do que já estava sofrendo. Mas viver é tentativa, sujeita a erros e acertos. Não se acerta sempre e muitas escolhas fazem-nos dar com os burros n’água. Mas, e daí? Não podemos fazer disso um impedimento à nossa busca por algo que traga mais prazer e satisfação para nossas vidas.

Como saber como terminará nossa busca por algo melhor, se não sairmos do lugar? É preciso correr o risco, afinal.

Conhecemos, por certo, ao menos uma história de alguém próximo a nós que deu um basta em algo que não estava do seu agrado. São histórias com bons finais, após tentativas que poderiam não terem tido esse resultado. A incerteza é igual para todo mundo. A diferença é que muitos se arriscam e tentam algo diferente. Saem das gaiolas físicas ou emocionais em que se encontram, em busca da liberdade tão desejada.
Inspire-se nessas histórias. Para vencer os medos, é essencial a decisão de tentar. Depois é que deve vir o plano propriamente dito. A decisão de voar é a primeira e a mais importante.

Crie coragem! Crie coragem para tirar aquele seu plano do papel, para mudar de casa, de trabalho; para fazer algo que sempre quis, mas que você nunca teve coragem.
Entenda de uma vez por todas que seus medos são apenas frágeis gaiolas, incapazes de te aprisionarem por muito tempo. E para libertar-se você precisa disso, e apenas disso: criar coragem, abrir a porta, bater as asas e voar.

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