Içami Tiba em um trecho do programa Sempre um Papo, fala sobre o que ele considera os pilares básicos da educação, que são fundamentais pra o desenvolvimento dos filhos e como também dos próprios pais. Leia a baixo a transcrição adaptada da fala de Tiba.

Os pilares básicos da educação são simples, tão simples que fazem parte do nosso cotidiano. Quando compreendemos esses princípios, torna-se mais fácil estabelecer uma boa relação educativa. A educação existe porque há dois elementos essenciais: o educador e o educando. Não existe educação só com o educador. O educando pode aprender por si mesmo, mas a verdadeira educação acontece quando há interação entre os dois.

O primeiro pilar é: quem escuta, esquece. Isso significa que, muitas vezes, a aprendizagem não acontece apenas ao ouvir. Quando você assiste a uma aula sem interagir, a tendência é esquecer o conteúdo. Pais que falam, mas não geram um vínculo real com seus filhos, professores que falam e não despertam o interesse, ou conselhos que não envolvem a prática… tudo isso tende a ser esquecido. O aprendizado verdadeiro vem de ver e imitar, quando a pessoa tem um interesse genuíno. Se não houver vínculo, o aprendizado não se sustenta. Quando a novidade surge, o que foi aprendido desaparece.

O segundo pilar é: quem justifica, não faz. E isso acontece muito, especialmente quando se trata de filhos e suas falhas. Muitas vezes, as mães justificam a falta de ação de seus filhos. Por exemplo, quando a criança não cumpre uma ordem, os pais dizem: “Ele estava cansado, por isso não fez.” Ou então, quando o filho não realiza suas tarefas, a desculpa é: “Ele tem uma prova amanhã, então não precisa fazer isso agora.” Quando há justificação para a falta de ação, a verdadeira aprendizagem não ocorre. A justificativa impede a ação, e quem fica justificando, nunca aprende de verdade.

Aqui entra o ponto fundamental: quem faz, aprende. Podemos escrever uma enciclopédia inteira sobre como andar de bicicleta, mas só sabe andar quem sobe na bicicleta. O aprendizado vai além da teoria. Ele envolve a prática, a intuição e o instinto. Não se aprende a andar de bicicleta apenas lendo ou ouvindo. É necessário experimentar. E essa prática vai além da área cognitiva. Quando uma mãe corrige seu filho, ela nem sempre precisa gritar. Com um simples gesto ou mudança de tom de voz, ela já comunica tudo o que precisa. Esse é o aprendizado pelo fazer, e não pelo falar ou justificar.

Depois que alguém aprende, produz. Quando o aprendizado é feito de forma prática, a pessoa se torna capaz de gerar algo. Isso vale para todas as áreas da vida. O aprendizado gera competência, e a competência gera resultados. A capacidade de produzir é uma consequência direta do aprendizado.

O último pilar é que quem inova, sustenta. Inovar não significa apenas criar algo novo. Inovar é encontrar soluções mais eficientes, mais práticas, mais adequadas. Sustentar vem da mesma raiz que significa ser fértil, ser capaz de gerar frutos. Para sustentar algo de forma duradoura, é necessário ser criativo e inovador. A verdadeira felicidade, assim como o verdadeiro aprendizado, é sustentada pela ajuda mútua e pela capacidade de criar e inovar continuamente.

Esses pilares são simples, mas fundamentais. Para sermos verdadeiramente felizes e realizados, precisamos aprender a fazer. Quando fazemos, aprendemos e, ao aprender, produzimos. E, para que tudo isso se sustente, é preciso sempre inovar. A verdadeira educação acontece nesse processo de prática, aprendizado e inovação, e a felicidade, como resultado desse ciclo, é sempre coletiva.

Transcrição feita e adaptada pelo Provocações Filosóficas do trecho do programa: Sempre um Papo Içami Tiba – Araxá