As relações são umas das coisas mais complexas do comportamento humano e dentre essas complexidades está o fato de que geralmente é difícil se relacionar com outra pessoa e ao mesmo tempo, ter essas relações é uma necessidade.

Nós realmente convivemos uns com os outros para tudo que fazemos, hoje em dia é praticamente impossível viver sem contato humano, seja direta ou indiretamente, mesmo que esse convívio seja bastante simples.

Conversas aleatórias com pessoas diversas não tendem a ser um problema, pois nesses momentos nós assumimos uma postura de representação, nosso comportamento social em geral não passa de uma teatralidade.

Nós atuamos, representamos um personagem de nós mesmos, sorrimos, fingimos gostar de alguma coisa, a própria educação é uma atuação, algo que serve para deixar o convívio de todos mais confortável.

Mas a grande dificuldade das relações começa quando se tem cada vez mais intimidade, quando nos despimos das camadas e mais camadas de filtros sociais e as pessoas começam a nos ver como realmente somos.

É aquela velha história clichê, João conhece Maria, João é romântico, dá flores, leva Maria para passear, e tanto João quanto Maria criam uma perspectiva um do outro baseada nesse ideal romântico, formado por essas experiências apaixonadas, e assumem um relacionamento.

Por um tempo, tudo são flores, João é o príncipe de Maria, e Maria a princesa de João, mas esse tempo passa e esse casal vai aprender que A CONVIVÊNCIA É UMA LIXA ÁSPERA.

Maria começa a ver coisas em João que ela não via, e para João, Maria não é mais uma princesa. As coisas estão mudando, ambos estão perdendo toda essa teatralidade e se mostrando como são de verdade um para o outro.

É isso que acontece com muitas das relações amorosas e íntimas que nós desenvolvemos ao longo da vida, elas são formadas em pura expectativa e o passar do tempo vai desfazendo todo esse cenário de fantasia.

E é nesse ponto que geralmente as relações acabam, pois a convivência desgasta essa relação e esse sentimento, até ele não existir mais, é muito difícil para algumas pessoas lidar com a realidade, ter contato com as imperfeições do outro pode significar o fim.

Mas o ponto que determina o fim para alguns é o real começo para outros, para aqueles que conseguem aceitar o verdadeiro eu do outro, podem enfim ter a chance de ter um relacionamento real com pessoas de verdade e um sentimento sério, seguro e profundo.

A lixa da convivência sempre vai desbastar os relacionamentos, dos melhores aos piores, mas temos que entender que mesmo um diamante tem que ser lapidado para ter valor. Essa mesma lixa pode gastar algo até sumir ou ser usada para dar forma às coisas.

O resultado cabe da maturidade emocional de cada um, o amor antes de mais nada é uma escolha e só é possível amar o outro quando realmente puder vê-lo por inteiro, pois ninguém é só qualidades ou defeitos, toda relação precisa ser lapidada, moldada para incorporar tudo o que somos e não apenas o que queremos ser, deixando de fora o que nos desagrada.

Reconhecer que uma relação não é possível e que foi baseada em uma fantasia romântica também demonstra maturidade. Mas para aqueles que escolheram amar o outro por inteiro, estão dando um passo para o melhor da convivência e da intimidade, amar e ser amado tendo a liberdade de ser quem é.

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É aquela velha história clichê, João conhece Maria, João é romântico, dá flores, leva Maria para passear, e por um tempo, tudo são flores, João é o príncipe de Maria, e Maria a princesa de João, mas esse tempo passa e esse casal vai aprender que A CONVIVÊNCIA É UMA LIXA ÁSPERA.