Muitas vezes me pergunto o que há de errado comigo. Por que eu não sou feliz como os outros? Por que eu não tenho uma vida cheia de realizações, aventuras e diversão? Por que eu me sinto tão vazio, sem propósito e sem esperança?
Eu olho para as redes sociais e vejo as fotos e os vídeos dos meus amigos, dos meus colegas, dos meus ídolos. Eles parecem tão felizes e ocupados. Eles viajam, se divertem, trabalham, estudam, namoram, se casam, têm filhos. Eles sorriem, se abraçam, se beijam, se elogiam. Eles têm uma vida perfeita.
Eu me comparo com eles e me sinto inferior. Eu me sinto um fracasso. Eu me sinto um estranho. Eu me sinto um nada. Eu me pergunto o que eu fiz de errado. O que eu deixei de fazer. O que eu deveria fazer. O que eu posso fazer.
Mas será que essa comparação é justa? Será que essa comparação é real? Será que essa comparação é saudável?
Eu acho que não.
Eu acho que essa comparação é equivocada e fora da realidade. Eu acho que essa comparação é prejudicial e destrutiva. Eu acho que essa comparação é uma armadilha e uma ilusão.
Por quê?
Porque as redes sociais não mostram a verdade. Elas mostram uma versão editada, filtrada e maquiada da realidade. Elas mostram o que as pessoas querem mostrar. Elas mostram o que as pessoas querem que os outros vejam. Elas mostram o que as pessoas querem que os outros pensem.
As redes sociais não mostram os problemas, as dificuldades, as tristezas, as frustrações, as decepções, as angústias, as dores, as lágrimas. As redes sociais não mostram os medos, as dúvidas, as inseguranças, as ansiedades, as depressões, as solidões. As redes sociais não mostram os defeitos, os erros, os arrependimentos, os pecados, os vícios, os crimes.
As redes sociais não mostram a vida como ela é. Elas mostram a vida como elas querem que ela seja.
Então, eu não posso me comparar com o que eu vejo nas redes sociais. Eu não posso me comparar com uma fantasia. Eu não posso me comparar com uma mentira.
Eu tenho que me comparar com a realidade. Eu tenho que me comparar com a verdade. Eu tenho que me comparar comigo mesmo.
Eu tenho que olhar para dentro de mim e ver quem eu sou. Eu tenho que reconhecer os meus valores, os meus talentos, os meus sonhos, os meus objetivos. Eu tenho que aceitar os meus limites, os meus desafios, os meus aprendizados, os meus crescimentos. Eu tenho que celebrar as minhas conquistas, as minhas vitórias, as minhas alegrias, as minhas gratidões.
Eu tenho que olhar para fora de mim e ver o mundo como ele é. Eu tenho que perceber as oportunidades, as possibilidades, as belezas, as maravilhas. Eu tenho que enfrentar as adversidades, as mudanças, as incertezas, as surpresas. Eu tenho que compartilhar as experiências, as emoções, as relações, as amizades.
Eu tenho que viver a minha vida como ela é. Eu tenho que viver a minha vida como eu quero que ela seja. Eu tenho que viver a minha vida como eu posso fazer ela ser.
Não há nada de errado comigo. Há tudo de certo comigo. Há tudo de único comigo.
Eu sou eu. E isso é o suficiente.
