
Nos últimos anos, a presença dos idosos nas redes sociais cresceu significativamente. Muitos, que viveram sem televisão ou até sem energia elétrica, assistiram ao avanço da tecnologia e ao surgimento da TV, dos computadores e, mais recentemente, dos smartphones. Embora essa transformação tenha trazido avanços, também trouxe desafios, especialmente quando se trata da capacidade dos idosos de lidar com o excesso de informações que circulam online.
Nas redes sociais, os idosos se deparam com um fluxo imenso de conteúdos, muitos dos quais falsos ou manipulados. Sua vulnerabilidade emocional é explorada por pessoas mal-intencionadas, como aqueles que se apresentam como “especialistas” em saúde, usando jalecos e títulos falsos para criar uma aparência de autoridade. Esses “falsos doutores” oferecem produtos milagrosos, como suplementos e vitaminas, prometendo soluções para dores físicas e problemas emocionais típicos da velhice. Aproveitando-se da solidão e da busca por bem-estar, eles vendem ilusão e engano, fazendo com que os idosos invistam dinheiro em tratamentos que raramente cumprem o que prometem.
Essa exploração vai além do financeiro. Ao comparar suas vidas com as imagens e vídeos idealizados nas redes sociais, muitos idosos sentem-se inadequados, angustiados e deprimidos. A pressão para aparentar juventude e saúde, reforçada por promessas de uma velhice sem limitações, contribui para o isolamento social e a crescente solidão. Em vez de usar as redes sociais para se conectar e enriquecer suas vidas, eles acabam sendo dominados por um ciclo de insegurança e frustração, que só agrava suas condições emocionais.
Este cenário exige reflexão. A solução não está em afastar os idosos das redes sociais, mas em orientá-los e ensiná-los a identificar informações confiáveis. As famílias e cuidadores desempenham um papel fundamental, ajudando os idosos a desenvolverem um olhar crítico sobre o que consomem online. A educação digital e a conscientização são essenciais para que eles aproveitem a tecnologia de maneira segura, sem cair nas armadilhas emocionais e financeiras que rondam o ambiente digital.
			





















