Desde tempos antigos, a figura dos pais sempre foi vista como a autoridade máxima dentro de casa. Acreditava-se que a voz dos filhos não tinha peso e que, por serem crianças, não possuíam o poder de decisão. Ainda hoje, muitos pais acreditam que a palavra final em casa são dos pais e que as crianças não têm querer. No entanto, essa visão está em desacordo com a abordagem atual sobre a educação infantil.
O psiquiatra e escritor brasileiro Içami Tiba defendia que as crianças têm o direito de expressar sua opinião e que, por isso, é importante que os pais as ouçam. Segundo ele, negar a voz das crianças pode causar uma série de problemas, como a falta de confiança e a baixa autoestima. Tiba afirmava que, ao permitir que a criança expresse sua opinião, os pais estão ajudando-a a desenvolver sua personalidade e a tomar decisões de forma consciente.
No entanto, isso não significa que a palavra final em casa deve ser das crianças. Os pais têm a responsabilidade de ensinar aos filhos os limites e as regras que devem ser seguidas dentro de casa. Tiba acreditava que a autoridade dos pais deve ser exercida de forma consciente e responsável, sem abusos ou violência. Os pais devem ser exemplos de respeito e diálogo, ouvindo e considerando as opiniões dos filhos, mas tomando a decisão final de acordo com o que consideram melhor para a família.
Além disso, a educação deve ser uma parceria entre pais e filhos. Os pais devem ter um papel ativo na formação dos filhos, estimulando sua criatividade e incentivando-os a descobrir suas habilidades. É importante que os pais sejam presentes na vida dos filhos, ajudando-os a resolver problemas e dando-lhes suporte emocional.
Outro ponto importante é a necessidade de ensinar as crianças a lidar com frustrações e limites. Muitos pais têm dificuldade em dizer “não” aos filhos, acreditando que isso pode causar traumas e frustrações. No entanto, a negativa dos pais é fundamental para o desenvolvimento das crianças, pois ensina-lhes que nem sempre as coisas acontecem como queremos.
Porém, é importante ressaltar que impor limites não significa ser autoritário. Tiba defendia que a disciplina deve ser exercida com amor e diálogo, evitando-se castigos excessivos e humilhações. É fundamental que os pais estabeleçam regras claras e que as crianças as entendam, para que saibam o que é permitido e o que não é.