A sociedade atual parece estar constantemente em busca de um senso de propósito e realização. É comum ouvir pessoas dizerem que precisam estar sempre ocupadas com alguma atividade importante, seja ela no trabalho ou em seus hobbies e projetos pessoais. Isso nos leva ao equívoco de pensar que, a todo momento, estamos fazendo algo importante e que, caso não estejamos, nos sentimos mal por isso.
Mas afinal, o que significa “fazer algo importante”? É trabalhar horas extras na empresa para alcançar metas de produção? É realizar projetos pessoais para alcançar sucesso e reconhecimento? Ou seria, simplesmente, aproveitar o tempo livre para descansar e cuidar de si mesmo?
O livro “A Sociedade do Cansaço” de Byung-Chul Han nos faz refletir sobre essa questão ao mostrar como a sociedade capitalista valoriza o trabalho e o sucesso acima de tudo, criando um sistema em que a ociosidade é vista como inútil e até mesmo vergonhosa. Assim, passamos a nos sentir pressionados a estar sempre produzindo algo, seja no trabalho ou em nossas vidas pessoais, a fim de nos sentirmos úteis e realizados.
Mas essa visão equivocada de que devemos estar sempre fazendo algo importante nos leva ao esgotamento e à falta de tempo para nós mesmos. Nos tornamos vítimas da chamada “cultura do trabalho” em que o descanso é visto como preguiça e a ociosidade é considerada perda de tempo.
No entanto, precisamos nos lembrar de que o tempo livre é fundamental para a saúde física e mental. O descanso e a ociosidade são essenciais para a recuperação e o rejuvenescimento do corpo e da mente, e não devem ser vistos como algo vergonhoso ou inútil. Além disso, o tempo livre nos permite pensar, refletir e criar, o que pode nos levar a novas ideias e perspectivas.
Outra ideia equivocada é que a produtividade é sinônimo de importância. Muitas vezes, nos sentimos mal por não estarmos produzindo o suficiente ou não estarmos ocupados o tempo todo, mas precisamos nos lembrar de que nem tudo o que fazemos precisa ser produtivo no sentido tradicional. Algumas atividades, como o lazer e o descanso, podem ser tão importantes quanto o trabalho e os projetos pessoais, pois são essenciais para o nosso bem-estar e felicidade.
Por fim, é importante lembrarmos de que não podemos nos comparar constantemente com os outros e suas realizações. Cada um tem seus próprios objetivos e ritmos, e o que é importante para uma pessoa pode não ser o mesmo para outra. Precisamos respeitar nossas próprias necessidades e prioridades, e não nos sentir mal por não estarmos sempre fazendo algo “importante” no sentido tradicional.
Em resumo, a ideia de que devemos estar sempre fazendo algo importante e produtivo é equivocada e nos leva ao esgotamento e à falta de tempo para nós mesmos. Precisamos nos lembrar de que o descanso e a ociosidade são tão importantes quanto o trabalho e os projetos pessoais, e de que cada um tem seus próprios objetivos e ritmos. É importante respeitar nossas próprias necessidades e prioridades, e não nos sentir mal por não estarmos sempre fazendo algo “importante”.