Imagem por: Caroline Fortunato

Não é novidade para ninguém a correria que se tornou a vida contemporânea. Corremos atrás da realização de nossas responsabilidades e geralmente “relaxamos” com um excesso de tecnologia. Corremos tanto, que nossa visão se vicia apenas nas aparências e fatos do mundo externo, enquanto vamos deixando a nós próprios um pouco de lado.

Em certa medida, esse comportamento é até confortável, pois um olhar mais atento para dentro de nós demanda energia, concentração e inclusive o tocar em pontos muito sensíveis. Assim sendo, fugir de nós mesmos se torna fácil já que você tem os acontecimentos do mundo à sua frente; temos a vida das outras pessoas para nos distrairmos. E por que isso? No fundo, nós sabemos que não temos o controle da vida de outra pessoa. Então, sem o peso dessa responsabilidade, acaba sendo “divertido” opinar e até julgar a vida alheia, ou seja, fantasiar possíveis soluções e caminhos que o outro deveria seguir. O que acontece numa vida, porém, vai muito além do que toda a sociedade consegue enxergar. Administrar a própria vida é o maior dever que possuímos, o quê exige muito comprometimento de nossa parte – e o que faz com que muitos fujam desse dever ao focarem-se em diversas coisas, menos em si mesmos.

A execução desse comprometimento só é possível quando nosso foco principal volta-se às nossas próprias vidas. Fazer coisas por você – tais como cuidar da saúde física e mental, realizar pouco a pouco os seus projetos, estar com quem você gosta de estar, sair quando você quer sair, ficar em casa quando você realmente estiver a fim, se presentear com algo que você deseja, etc. – são coisas que provocam um bem-estar enorme. Todavia, corpo e mente devem estar sempre alinhados. O autoconhecimento é imprescindível para você saber com precisão o que você de fato busca realizar, o que de fato você quer fazer em determinado momento, o que de fato você quer ou não oferecer para determinadas pessoas e por aí vai.

A natureza é uma grande aliada em redirecionarmos nosso foco para nós mesmos. Ao menos comigo funciona. Creio que o contato com ela desperta o lado mais natural de nosso “eu.” Geralmente, a tranquilidade mental que a natureza provoca é tão grande que quase não nos sentimos inferiores, competitivos ou ansiosos. Nos sentimos fortes porque nos sentimos senhores absolutos de nossas vidas. E voltamos para o mundo com a sensação de que somos capazes de tudo.