
Uma das figuras mais caricatas do jornalismo brasileiro foi Carlos Alborghetti, e uma das frases que ele mais repetia era: “Tudo que pinta de novo, pinta na bunda do povo.” Essa frase reflete um processo característico do Brasil. Todo movimento feito pelo Estado, seja uma nova lei, uma política pública ou uma decisão, inicialmente apresentado como algo benéfico, com o tempo se transforma em um problema, indo contra os interesses da sociedade. Na maioria das vezes, as leis e impostos criados, mesmo com a intenção de melhorar a vida do cidadão, acabam se tornando mais encargos e responsabilidades, pesando cada vez mais sobre o povo.
Esse fenômeno não é recente, mas faz parte da história do Brasil. O país lutou por sua emancipação, travou guerras, houve mortes e mártires, tudo por questões tributárias e pelo controle governamental sobre a população. Com o tempo, os responsáveis pela máquina pública perceberam que confrontar a população não era mais viável, então mudaram a estratégia para uma abordagem mais suave e maquiada. Em vez de impostos e leis duras, as reformas começaram a ser vendidas como melhorias, avanços e soluções para problemas, sempre voltadas para o bem-estar do povo.
No entanto, com o tempo, essas reformas se transformam em novos problemas: mais encargos, responsabilidades e perda de liberdade. A população, já cansada e desiludida, acaba esquecendo o impacto negativo dessas mudanças, e o que permanece é a impressão inicial de que a mudança foi positiva, mesmo que na prática não tenha sido. Isso é uma estratégia inteligente do Estado para evitar confrontos, criando algo que parece bom, mas que, no fim, resulta em mais controle sobre a vida das pessoas.
Toda vez que uma lei é feita em nome da proteção do cidadão, a verdade é que ele acaba perdendo mais do que ganha. O Estado retira a liberdade, a autonomia e o dinheiro da população, enquanto aumenta o controle sobre todos os aspectos da vida: o corpo, a família e os filhos. E, enquanto isso, aceitamos em silêncio, pois é mais fácil pagar o preço e seguir em frente do que lutar. Permitimos que um Estado gigantesco e controlador se enraize, tornando qualquer mudança real cada vez mais difícil.
Toda vez que algum agente do Estado aparecer diante de você, pomposo, com gravata e um sorriso de aparente humildade, desconfie. Ele quer tirar sua liberdade, seu dinheiro e seu controle. Quando prometer algo, saiba que, no final, você perderá muito mais do que ganhará. Não se deixe enganar por lobos disfarçados de cordeiros. Não acredite que o outro sabe o que é melhor para a sua vida, que ele fará melhor uso do seu dinheiro ou educará melhor seus filhos. Só você sabe o que é melhor para sua vida e sua família.
Lembre-se de que nada será feito nos próximos anos que não pudesse ter sido feito antes. Se não foram feitas, é porque realmente não há interesse genuíno em que sejam feitas. O que querem é que você se torne incapaz, passivo e dependente, para que possam continuar oferecendo soluções, melhorias e avanços que, no fim, apenas perpetuam o controle. E quando isso acontecer, lembre-se de Alborghetti: “Tudo que pinta de novo, pinta na bunda do povo.”






















