“Eu não casei pensando em separar”, quantas vezes ouvimos essa frase? Muitos casais entram no casamento movidos por impulso, paixão ou pela crença de que encontraram o amor da vida. Mas a verdade é que, em algum momento, as coisas podem mudar. E quando mudam, nem sempre há retorno. A separação, então, se torna necessária — e é aí que começam os verdadeiros desafios.

O fim de um casamento não envolve apenas a dor emocional do rompimento. Ele exige uma série de decisões difíceis e muitas vezes dolorosas: Quem fica com o carro? Com a casa? E se houver filhos, como será a guarda? Cada escolha pesa, e o desgaste se acumula. Diante disso, o casal geralmente segue um de dois caminhos: ou desiste da separação e continua vivendo sob o mesmo teto, como colegas, empurrando a relação com a barriga e se submetendo a uma vida que não os realiza; ou parte para o divórcio — e com ele, uma verdadeira guerra emocional, judicial e financeira.

A verdade é que muitas pessoas entram no casamento sem compreender o que ele realmente representa. Seja por impulso hormonal, pela chegada de um filho ou por carência afetiva, embarcam em uma jornada que exige mais razão do que emoção. E poucos estão preparados para isso.

Parece frio dizer que casamento é um investimento. Mas é. Em qualquer relação, você entrega seu bem mais precioso: tempo. E, em troca, espera companheirismo, apoio, amor, segurança. Como qualquer investimento, é preciso analisar bem antes de aplicar. E essa escolha, é sua responsabilidade.

A pessoa que você escolhe pode ser seu anjo ou seu demônio, sua salvação ou sua queda. E isso, somente você pode decidir. Ninguém muda do nada. Ninguém deixa de ser quem é. Muitas vezes, nos iludimos, acreditando que podemos mudar o outro. E, até é possível, mas lembre-se: as pessoas só podem ser versões melhores ou piores de si mesmas. Nunca outra coisa.

Por isso, todas as escolhas que você fizer na sua vida terão consequências. E o casamento é uma das mais importantes. Precisamos encarar essa decisão com sabedoria (e não apenas com a emoção). Porque, como qualquer investimento, um casamento bem pensado pode não ter o resultado esperado. Agora, imagina um casamento onde nem mesmo o básico da reflexão foi feito?

Sente-se só? Aprenda a ser boa companhia para si mesmo. Está apaixonado? Duvide de qualquer atitude ou escolha que queira tomar. Momentos pequenos podem mudar toda uma vida. Um filho fora de hora, sem condições psicológicas ou financeiras de mantê-lo, especialmente dentro de um relacionamento ruim, não só trará desafios imensos como te prenderá a esse cônjuge — mesmo após o divórcio.

A paixão é como o motor de um carro com giro alto, enquanto a racionalidade é quem guia o volante. Se ninguém guiar, o motor te lançará contra o primeiro obstáculo. E é esse tipo de orientação racional que é necessário para tomar decisões tão importantes como um casamento, uma separação ou ter filhos.

Por isso, as grandes decisões da vida devem ser tomadas com o cérebro, não com o coração. O coração não pensa — mas sentirá, profundamente, o impacto das escolhas mal feitas.