“Estamos construindo um mundo com crianças sem infância e adultos imaturos. É preciso ser gente grande e ter coragem para aceitar o título de ser mãe ou pai careta”
Em entrevista á Carta Capital, Rosely Sayão fala sobre os principais temas abordados no livro Educação sem blá-blá-blá, como a relação entre família e escola, a dificuldade dos pais de dizer “não”, entre outros assuntos. Confira um trecho da entrevista:
Quais são os ensinamentos de nossos avós, ainda são pertinentes e quais aqueles que precisam ser revisados?
Os ensinamentos que precisamos manter são aqueles gerais, relacionados aos princípios e valores. Independentemente das mudanças que ocorreram no mundo, do estilo de vida que as crianças e jovens levam hoje, é preciso ensiná-los a ser honesto, ético, justo, respeitar o outro. O que muda é a maneira de ensinar: acho que hoje a mediação funciona bem. Então usar um filme para discutir uma determinada situação ou uma notícia que está tendo repercussão nas mídias pode ser um ponto de partida para conversar sobre os temas. Antes os pais só mandavam, era “faça isso, não faça aquilo, isso pode, aquilo não”. Hoje, deve haver a conversa junto com a atitude. Não é só conversa também, são os dois juntos.
Como a crise da autoridade dos pais tem dificultado a relação deles com os filhos?
A crise da autoridade começou faz tempo, mas estamos vendo os efeitos disso na educação só agora. E não é só a autoridade dos pais que está sendo contestada, é geral. Em relação aos pais, dizer não para o filho é apresentar a vida como ela é e essa é a dificuldade dos pais, pois eles querem criar um mundo perfeito para seus filhos, só que esse mundo não existe. Mas educar é isso: apresentar a vida e não dizer como vivê-la.
Por que é tão difícil dizer “não”?
Muitos pais me perguntam isso, como dizer “não” ao filho, e eu viro e respondo: “Olha para ele e diz ‘não’”. A verdade é que os pais não querem bancar o que vem depois do não. A birra, o choro, a revolta. Mas tem de bancar, pois é função dos pais fazer com que a criança faça aquilo que é bom para ela. Porque isso ela não sabe, a criança só sabe o que ela gosta e não gosta.
Entrevista completa de Rosely Sayão você vê em: Carta Capital